quinta-feira, junho 12

 
O gosto e a Estética
Pelo manual, fomos descobrir as diferenças entre Juízo de gosto e Juízo estético segundo Kant.
Os objectivo são múltiplos. O mais importante é levá-los a pensar que no campo da Arte não basta ficar-se pelo gostei ou não gostei. Aliás, em Filosofia encontramo-nos no domínio do pensar argumentativo. E procuramos argumentar face a todo e qualquer homem dotado de inteligência. Portanto, é fácil perceber que Kant distinga estes dois tipos de juízo.
Já sabemos o que é um juízo. “É uma afirmação”, disseram.
Kant distingue três tipos de juízo: científico, moral e estético.
Vamos tipificá-los:
Juízo científico: A é B.
Juízo moral: N é bom.
Juízo estético: X é belo.
O livro dava-nos algum apoio para esta formulação. E as coisas andaram, em regime de procura conjunta dialogada.
O pior foi que, numa das turmas, talvez por estarmos já em hora de pensar mais em almoço que em juízos estéticos e porque começa a pairar um cheiro a fim de ano escolar, não foi fácil conduzir o diálogo e, às tantas tornou-se praticamente ineficaz.
Zanguei-me, talvez seja este o termo. Já lhes tinha chamado por duas ou três vezes a atenção, sem resultados. Lembrei-me que tinha sido aquela mesma turma a ter o menos eficaz comportamento no atelier de Lucília Moita: não que se tivessem portado mal, mas havia um certo ruído perturbador, que denunciava um menor investimento de atenção e concentração no que estava a passar-se. Senti, como sempre, aquilo que mais me incomoda: o funcionamento de uma turma que trabalha contra si própria, que a impede de obter resultados (e isso ocorre justamente nas turmas que mais precisam de resultados, o que deve ser investido para: os menos bons resultados são produto do menos bom comportamento). E a pergunta é sempre a mesma: que posso eu fazer? Sim, porque, nestas circunstâncias só eu posso fazer alguma coisa para corrigir a situação.
Com a intensidade com que estava a viver o momento disse-lhes:
- Se é assim que querem, tudo bem. Para a próxima aula, vamos fazer uma ficha sobre a matéria de hoje. Esta é matéria que devem compreender. Se me estão a dizer que não precisam de mim, tudo bem. Por hoje, não tenho mais nada a dizer.
E sentei-me.
Houve as naturais reacções do “não faça isso”, “não está a falar a sério”, mas nada mais havia a dizer.
Quando saímos, o ambiente estava pesado. Mas o almoço era, então, a maior urgência.
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