domingo, maio 25

 
Lutas - 2
Outra luta, bem mais complexa, é a dos alunos que escrevem mas para quem, aparentemente, as palavras não significam. Escrevem frases que não têm sentido, que eles próprios não são capazes de dizer de outro modo. Como se as palavras fossem... sei lá. Peças de roupa que se escolhem de um armário e tanto podemos vestir esta como podíamos escolher aquela. São frases cuja escrita parece estar desligada dos centros nervosos da significação.
Mais visível ainda é a leitura. Há muitos alunos que lêem apenas de modo mecânico. Dizem as palavras, mas é um dizer sem conteúdo. As palavras são sons, não se articulam em frases com significado. Essas leituras fazem-me sempre recordar as minhas primeiras aulas de grego. O professor ensinou-nos a ler e... pouco depois já estávamos a ler os textos finais da selecta (era assim que se dizia). É claro que não podíamos saber o que líamos, mas dizíamos o som do que lá estava escrito. Alguns, demasiados, dos meus alunos também são assim. Não lêem, dizem.
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