domingo, março 16

 
Os resultados
As notas dos testes vêm a reforçar a dupla linha de evolução: uma turma com bons resultados e outra com maus, cada vez piores.
Nem eles nem eu conseguimos inverter esta segunda linha.
Muito naturalmente, as dificuldades lectivas vão sendo maiores, os temas mais abstractos, a exigência de rigor maior... Mas eles não conseguem.
As razões destes maus resultados, se bem entendo, são diversas: falta de estudo nuns casos, dificuldade de atenção noutros, enorme dificuldade de ler e entender noutros, enormes problemas de escrita ainda noutros... E, em geral, uma escrita sem controlo de qualidade que torna o texto sem valor de conteúdo e um método de trabalho intelectual sobretudo reprodutivo, que consiste sobretudo em decorar frases para “pôr no teste”.
Alguns têm grande dificuldade de prestar atenção e em acompanhar um raciocínio e, por isso, em atingir um conceito abstracto. Mas, se eu insisto no esclarecimento, já estão fartos e é-lhes difícil acompanhar o processo. Chega a acontecer um deles fazer uma pergunta e já não está com atenção à resposta.
Muitos, numa turma de letras, não conseguem escrever mais que duas ou três linhas de nível elementar.
A verdade é que eu não sei como resolver estes problemas... que me atrevo a dizer que não podem ser resolvidos com os recursos que tenho à disposição.
Depois, há um problema de base. Para utilizar a expressão que vem de trás, os seus estilos de vida não passam pela disciplina de filosofia, pelos seus conteúdos, sequer pelos problemas que aqui se tratam. Mesmo que os temas sejam colocados de forma quase directa: por que razão devo eu dar-vos notas justas?
Nesta turma mais fraca, onde o ambiente é de desinteresse e de não trabalho, os resultados têm baixado. Na outra, o ambiente é de mais concentração e de conseguir resultados, por isso estamos a obter resultados bastante interessantes.
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