domingo, março 2

 
Os grupos
Um dos problemas que se coloca quando se trata de projectos que impliquem o trabalho de grupo é a constituição dos próprios grupos.
Como se tratava de um trabalho que teria de ser feito fora das aulas, era da maior importância que os próprios alunos se organizassem de acordo com a facilidade para trabalharem fora do tempo lectivo. E foi isso mesmo que lhes disse.
Além disso, por que razão na aula tudo deve ser controlado pelo professor? Há que dar espaço de autonomia e iniciativa aos alunos. Há que torná-los sujeitos activos. Há que saber que eles também sabem coisas que o professor não sabe. Recusei-me, portanto, a intervir na formação dos grupos. Até porque esse processo de autonomia acaba por revelar factos que não ocorreriam se o professor decidisse tudo. Quem toma iniciativa, quem se deixa ficar para o fim, quem aceita e quem recusa este ou aquela... É bom observar todos esses fenómenos da micro-sociedade que é uma turma. Isso permite entender o essencial, que é o processo de ensino-aprendizagem e oferece matéria de reflexão à turma.
Mas há quem levante problemas.
Por exemplo, que o professor deveria evitar que “os melhores alunos” ficassem num grupo, a fim de dar oportunidade aos outros “menos bons”. Mas quem disse que o melhor aluno num processo de avaliação clássica em filosofia é também o melhor num trabalho desta natureza? Quem disse que um “menos bom” aluno na elaboração de respostas por escrito é também “menos bom” na liderança de um grupo ou na criação e montagem de um objecto a três dimensões? E como pode o professor saber isso se nunca os pôde ver em acção nessas dimensões?
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