domingo, março 9

 
Metodologia de projecto
Digo-o muitas vezes. Andei já 22 anos na escola e, que me lembre, nunca me pediram e nunca fiz um único trabalho de grupo. No entanto, a vida tem-me exigido, com muita frequência, que trabalhe em grupo.
Mas trabalho em grupo não é o mesmo que trabalho de projecto, embora o trabalho de projecto exija o trabalho de equipa.
Sei que não sou bom a utilizar a metodologia de trabalho de projecto, sobretudo porque o meu trabalho tem-se especializado noutra direcção, também importante. Mas isso não implica que eu desvalorize ou sequer abdique daquela metodologia.
O trabalho de projecto em educação escolar tem uma já longa história, desde que foi proposta nos anos 20 por William Kilpatrick até que em1974 na universidade de Aalborg, na Dinamarca, e depois em 1994, na universidade de Twente, na Holanda, conquistou o ensino superior. (A Reforma de Bolonha tem no trabalho de projecto um dos seus eixos mais fundamentais.)
O trabalho de projecto é, portanto, uma alternativa ao ensino tradicional expositivo.
Um projecto começa com um problema significativo para os que o vão agarrar, continua por um processo de planeamento de acção e termina pela execução e avaliação dessa acção no mundo.
Não é necessário dizer mais para nos darmos conta de como a escola portuguesa anda longe desta metodologia. E para suspeitarmos que aí talvez esteja uma das razões por que os seus resultados são tão... pobres.
O trabalho de projecto é multidimensional. O aluno é sujeito do seu trabalho e faz aquilo que, em grupo, resulta da sua decisão sobre algo que sente e pensa como um problema, e isso faz logo uma grande diferença. O seu trabalho mobiliza competências intelectuais, emocionais e relacionais, implica opções estratégicas e uma atenção constante ao real. E poderíamos continuar até... onde este espaço já não permite.
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