domingo, março 16
Filosofia
Há um ano atrás, ainda não tinha a disciplina de Filosofia (nem sequer sabia o que essa disciplina nos ensinava!). Quando tive a primeira aula de filosofia, lembro-me do primeiro texto que o nosso professor, Jana, nos deu para lermos e disse para o lermos quantas vezes fossem precisas. Acho que o li umas 5 vezes, mas a verdade é que não estava a perceber nada, fiquei um pouco confusa … Mas tenho a certeza que a intenção do professor era mesmo confundir-nos, tal como se passava no texto.
Depois de ter lido o texto umas cinco vezes ainda não tinha percebido. Para quê estarmos a ler um texto de um miúdo que esteve três dias a olhar para um peixe?! (sim foi esta a pergunta que eu fiz a mim mesma naquele momento)… A verdade é que aquele era o meu primeiro contacto com a filosofia… Mas depois de insistir no texto, naquela disciplina e tentar perceber a sua lógica (apesar dos meus pensamentos confusos sobre tudo aquilo lá cheguei, eu percebi que o intuito do texto não era saber como era o peixe (numa aula de filosofia não íamos estar a estudar a constituição dos peixes, certamente, pensei eu..), era desenvolver os princípios fundamentais da filosofia, que hoje para mim são muito claros: “observar muitas vezes as coisas e chegar à sua radicalidade para tentar compreender a verdade, pensar com a nossa própria mente sem nos deixarmos influenciar por outros seres humanos, ter o nosso próprio ponto de vista”.
Aquele texto fez-me pensar verdadeiramente que o que vemos por uma vez, pode não ser a verdade, temos que investigar mais, pensar e olhar para tentar compreender a sua origem. A verdade é que antes de ter filosofia (sim, já pensava um pouco por mim… não o suficiente mas pensava… ainda bem!!!!) deixava-me influenciar muito pelo pensamento dos outros, limitava-me a interiorizar muitas coisas que tinha visto e que interiorizava facilmente, porque não achava que estava errado. Não achava porque nem sequer pensava nelas. Agora esse “não pensar” faz-me confusão, custa-me a acreditar que, realmente não pensava!.. O meu cérebro devia de ter algum botão em que carregavam que dizia “carrega e terás toda a razão”.
Hoje acho que já não o tenho, de certeza, porque tenho-me tornado numa pessoa tão crítica, que até crítico muitas das minhas acções e porque as fiz (mas quase sempre levo tempo até obter resposta) e em coisas que dantes “me passavam mesmo ao lado e, eu não as via”. Agora percebo o texto que recebi na primeira aula de filosofia e a intenção do professor Agassiz [do texto] e do professor Jana. Por exemplo, quando era mais pequena ouvia histórias da formação do mundo e considerava-as verdadeiras, mas as aulas de filosofia do professor Jana, fizeram-me pensar…Como podem as pessoas afirmar que o mundo começou de uma ou de outra maneira, se dizem também que nessa altura Deus ainda não tinha criado o Homem? Acho, agora, esses pensamentos contraditórios.
Desde pequena, que a minha mãe insistiu em colocar-me na catequese e levar-me à missa (nunca a contrariei e até acho que ela fez bem, é mais uma experiência para o meu currículo da vida...), lá ouço as histórias da Bíblia que, achava verídicas. No entanto, agora penso e duvido se será que são… Acho que ninguém sabe, só há pessoas que se limitam a seguir os dogmas de uma religião, que desde sempre interiorizaram, devido às pessoas à sua volta e à sua sociedade que também já os tinha interiorizado das gerações anteriores.
Mas se muitas dessas pessoas tivessem estudado a disciplina que “faz pensar”, tenho a certeza que muitos dogmas iriam desaparecer. Agora percebo o porquê do texto de “um peixe” numa aula de filosofia.
Vânia Raimundo, 10ºC
Há um ano atrás, ainda não tinha a disciplina de Filosofia (nem sequer sabia o que essa disciplina nos ensinava!). Quando tive a primeira aula de filosofia, lembro-me do primeiro texto que o nosso professor, Jana, nos deu para lermos e disse para o lermos quantas vezes fossem precisas. Acho que o li umas 5 vezes, mas a verdade é que não estava a perceber nada, fiquei um pouco confusa … Mas tenho a certeza que a intenção do professor era mesmo confundir-nos, tal como se passava no texto.
Depois de ter lido o texto umas cinco vezes ainda não tinha percebido. Para quê estarmos a ler um texto de um miúdo que esteve três dias a olhar para um peixe?! (sim foi esta a pergunta que eu fiz a mim mesma naquele momento)… A verdade é que aquele era o meu primeiro contacto com a filosofia… Mas depois de insistir no texto, naquela disciplina e tentar perceber a sua lógica (apesar dos meus pensamentos confusos sobre tudo aquilo lá cheguei, eu percebi que o intuito do texto não era saber como era o peixe (numa aula de filosofia não íamos estar a estudar a constituição dos peixes, certamente, pensei eu..), era desenvolver os princípios fundamentais da filosofia, que hoje para mim são muito claros: “observar muitas vezes as coisas e chegar à sua radicalidade para tentar compreender a verdade, pensar com a nossa própria mente sem nos deixarmos influenciar por outros seres humanos, ter o nosso próprio ponto de vista”.
Aquele texto fez-me pensar verdadeiramente que o que vemos por uma vez, pode não ser a verdade, temos que investigar mais, pensar e olhar para tentar compreender a sua origem. A verdade é que antes de ter filosofia (sim, já pensava um pouco por mim… não o suficiente mas pensava… ainda bem!!!!) deixava-me influenciar muito pelo pensamento dos outros, limitava-me a interiorizar muitas coisas que tinha visto e que interiorizava facilmente, porque não achava que estava errado. Não achava porque nem sequer pensava nelas. Agora esse “não pensar” faz-me confusão, custa-me a acreditar que, realmente não pensava!.. O meu cérebro devia de ter algum botão em que carregavam que dizia “carrega e terás toda a razão”.
Hoje acho que já não o tenho, de certeza, porque tenho-me tornado numa pessoa tão crítica, que até crítico muitas das minhas acções e porque as fiz (mas quase sempre levo tempo até obter resposta) e em coisas que dantes “me passavam mesmo ao lado e, eu não as via”. Agora percebo o texto que recebi na primeira aula de filosofia e a intenção do professor Agassiz [do texto] e do professor Jana. Por exemplo, quando era mais pequena ouvia histórias da formação do mundo e considerava-as verdadeiras, mas as aulas de filosofia do professor Jana, fizeram-me pensar…Como podem as pessoas afirmar que o mundo começou de uma ou de outra maneira, se dizem também que nessa altura Deus ainda não tinha criado o Homem? Acho, agora, esses pensamentos contraditórios.
Desde pequena, que a minha mãe insistiu em colocar-me na catequese e levar-me à missa (nunca a contrariei e até acho que ela fez bem, é mais uma experiência para o meu currículo da vida...), lá ouço as histórias da Bíblia que, achava verídicas. No entanto, agora penso e duvido se será que são… Acho que ninguém sabe, só há pessoas que se limitam a seguir os dogmas de uma religião, que desde sempre interiorizaram, devido às pessoas à sua volta e à sua sociedade que também já os tinha interiorizado das gerações anteriores.
Mas se muitas dessas pessoas tivessem estudado a disciplina que “faz pensar”, tenho a certeza que muitos dogmas iriam desaparecer. Agora percebo o porquê do texto de “um peixe” numa aula de filosofia.
Vânia Raimundo, 10ºC