terça-feira, fevereiro 5

 
Problemas?
Todos nós temos problemas.
Os fracos arranjam desculpas.
Os fortes criam soluções.

Foi assim que começámos a semana.
Mas desta vez não vou falar dos conteúdos que abordámos.
Com efeito, mais importante que “a matéria” é o processo. O caminho.
Numa das turmas, as coisas encaminharam-se para um clima de trabalho. Alguma perturbação corrigiu-se e há um clima de trabalho, de procura, de aprendizagem. E se alguns alunos têm ainda alguma (muita?) dificuldade em se concentrarem, em investirem, em pensarem em profundidade, o conjunto é de orem a facilitar as coisas.
Na outra turma, é o contrário. O ambiente dissolve-se. Não é que se portem mal. Mas nota-se que não há investimento, que não há concentração. Fazem as coisas, mas não as pensam, e se pensam é o mínimo para ficar feito. E essa desconcentração com muita facilidade resvala para ruído.
Se aos primeiros reconheci o progresso e incentivei a continuarem, aos segundos disse-lhes o que me parecia: que tenho a sensação de que estão piores do que no início do período. Então, disseram que queriam recuperar e melhorar os resultados. Agora, não os vejo nesse caminho. Como é natural, as coisas vão subindo de nível, de exigência. Se não há trabalho consolidado, não pode haver progressos significativos.
Eu estou preocupado. Eles, parece-me que não.
Houve quem dissesse que a culpa é da filosofia, que é chata. E quem acusasse as aulas, que «não são empolgantes».
Apeteceu-me lembrar-lhes como tinham começado a aula. Mas não o fiz.
Não creio que a filosofia possa ser empolgante para quem não investe. A filosofia exige paragem, reflexão, interiorização, pergunta a si mesmo e resposta por si. E isso é o contrário do arrastamento, da exultação. Do empolgante.
Eu sei, eles são muito novos, as questões não os interessam “naturalmente”, para eles não é o seu ritmo de vida... Além disso, o meio social donde a maioria vem não os ajuda a colocarem-se este tipo de problemas.
A única verdade que se me apresenta é que por este caminho vamos dar a um lugar onde não queremos estar.
Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?