quinta-feira, fevereiro 7

 
Da Ignorância
“Só sei que nada sei, mas mesmo assim sei mais do que aqueles que nem isso sabem”. Foi assim que Sócrates, no seu tempo, classificou o seu conhecimento. E ainda hoje este dizer continua tão actual como sempre.
Ao longo dos tempos, o homem foi adquirindo conhecimentos numa ou noutra área com o fim de saciar as suas insatisfação e curiosidade naturais, mas também como via para dominar melhor o mundo. Porém, não nos contentámos apenas com isso. Surgiu então a necessidade de uma reflexão acerca do próprio conhecimento, isto é, procurámos o conhecimento sobre o conhecimneto, ao que chamámos teoria do conhecimento ou gnoseologia.
Esta trata-se, portanto, de uma reflexão de cariz epistemológico sobre a maneira de fazer melhor e, assim, evitar erros. De facto, ao conhecermos melhor as coisas, temos mais poder para obter delas aquilo que desejamos.
Isabel Leal vem, no texto [de Notícias Magazine aqui a ser comentado], lembrar-nos que, no entanto, à medida que conhecemos mais, que sabemos mais, que aumenta a quantidade de conhecimento que conseguimos elaborar e assimilar, aumenta também a nossa ignorância. Por termos mais conhecimentos, surgem-nos cada vez mais questões para as quais temos de dar uma resposta satisfatória, sentimos que temos de saber mais.
Somos ignorantes por natureza. Não ignorantes no sentido pejorativo (se é que ele existe!), simplesmente ignorantes por haver tanta coisa neste mundo que não conhecemos e nem podemos ainda conhecer, já que ninguém por agora conhece (aqui um conhecimento mais vocacionadopara o campo científico). Somo-lo também por desconhecermos o conhecimento de outros. Somos ignorantes acerca do presente, do passado e do futuro. O passado que se confunde nas nossas memórias e o futuro que nos é totalmente desconhecido.
Contudo, esta ignorância é tão normal, tão natural como uma característica própria do ser humano. Tentar dizer que não o somos é um atentado à possibilidade da existência de novos horizontes, à procura de novas respostas, à busca de novos conhecimentos.
Assim, e para fazer face à nossa ignorância, devemos esforçar-nos por compreender novas realidades que se nos deparam e não, por oposição, angustiarmo-nos ou procurarmos esconder a ignorância, vivendo sem qualquer esperança em nós e no que podemos fazer, depositando todo o vislumbre de novos mundos em crenças tantas vezes infundadas.
Sabemos que não sabemos, mas a sabedoria é limitada pela ignorância, e por sabermos isso já demos o pontapé de saída para a procura de outros (novos!) caminhos, para o esclarecimento no sentido da vida, para o conhecimento do conhecimento.
Bruna Rodrigues, 11ºC

Trata-se de mais um texto vindo do 11º ano, que desbrava caminho para o que será o próximo ano.
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