sexta-feira, janeiro 11

 
Um comentário
São, mais que três textos, três vozes diferentes.
Cada um dos textos revela, em parte, aquilo que a autora produziu em situação de aula e na sequência de um percurso colectivo e pessoal
O professor está satisfeito por estas pessoas serem capazes de constituir um problema filosófico que é um importante problema social e político, no sentido claro de vida na polis. Não está tão satisfeito por alguns dos aspectos trabalhados terem ficado ausentes, por exemplo os limites da tolerância e a necessidade de não tolerar certas coisas e porquê. Além disso, algumas destas formulações são bastante discutíveis ao próprio nível em que as alunas se encontram. Mas o professor está satisfeito porque há aqui pensamento, reflexão, problematização, compreensão de e posicionamento face a algumas importantes linhas de reflexão da nossa sociedade. É claro que estes textos poderiam ser mais ricos, se o professor tivesse obrigado a escrita a um esquema prévio em que nada pudesse ser esquecido; mas esses textos mais ricos seriam mais pobres, porque não iriam traduzir um pensamento assumido do interior.
Anda por aqui o nosso trabalho em filosofia. Durante dois anos.
Por isso eu dizia aos meus alunos:
- Não me cabe dizer o que hão-de dizer no texto; talvez apenas o que não podem dizer, ou colocar problemas ao que dizem para ver se o texto resiste.
Há ainda uma razão pela qual o professor ficou satisfeito. Se a memória não lhe falha, ele não era, com esta idade, capaz de ir tão longe na reflexão filosófica.
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