segunda-feira, janeiro 28

 
As normas
Chama a atenção o Micael, em comentário, para a minha afirmação «as normas fazem sentido», contrapondo:
«Na minha opinião, nem todas as normas fazem sentido! Porque muitas vezes as ditas "normas" fazem com que levemos uma vida infeliz o que nos leva muitas vezes um Ser Humano ao desespero.»
Tem razão, porque aquela frase pode ser lida de modo menos rigoroso, como “todas as normas fazem sentido”. E, de facto, há normas que perderam o sentido, que produzem efeitos perversos. Tem, nisso, alguma razão.
Contudo, a minha afirmação continua a ter a sua razão de ser, por duas razões.
«As normas fazem sentido» significa que sem normas não é possível viver e quer explicitamente contraditar aqueles que se afirmam por princípio contra as normas.
Ainda andam por aí restos de uma contestação geral e absoluta contra as normas. Impor é errado, liberdade absoluta, abaixo todos os constrangimentos, viva a liberdade total, liberdade é eu fazer o que quero sem quaisquer limitações... e assim por diante. Ainda hoje se encontram muitas situações em que quem tem responsabilidades directivas afirma candidamente que aqui ninguém manda. Eu costumo responder, então demita-se.
Não, a norma é condição de sucesso. Quem quiser aprender piano ou praticar atletismo sem sujeitar-se a uma disciplina séria nunca conseguirá obter resultados.
A minha afirmação é, portanto, a negação – «pensar é dizer não», Alain – desta filosofia que ainda não foi superada.
Tem, pois, razão o Micael quando diz que «nem todas as normas fazem sentido!» Aliás, eu próprio tinha dito acima que «ainda estaríamos na pré-história se todas as normas se mantivesses e teríamos de manter todas as normas injustas, por exemplo a violência doméstica que pelo menos nalguns sítios era normal». Qualquer mudança de norma não é boa nem má, pelo que é necessário «saber se o resultado fica melhor ou pior do que estava antes.» Estamos, nisso, de acordo.
Não me parece, contudo, que o Micael tenha tanto razão quando diz que «muitas vezes as ditas "normas" fazem com que levemos uma vida infeliz». Não creio que a felicidade esteja dependente das normas. Estas não têm poder para fazer ninguém feliz ou infeliz. A infelicidade e a infelicidade são estados de espírito e dependem não tanto da realidade como do modo pessoal de estar na realidade. A propósito, cito uma frase de que gosto muito: «Estava triste porque não tinha sapatos, até que encontrei alguém que não tinha pés.»
Comments:
Imagine que está no trabalho, e tem a grande oportunidade se ser promovido e de vir a ter uma vida mais "reconfortante" devido aos extras que irá ganhar(dinheiro). Mas devido a uma norma não o permite.Va, imagine que há uma norma que o impede de ser promovido, por causa de nao ter alguns anos de serviço, logo essa norma interfere de alguma forma a sua felicidade, não?
 
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