sexta-feira, janeiro 11
As condicionantes
Esta foi a semana das condicionantes da acção humana.
Começámos por um convite a
viver uma vida feliz, saudável e bela
hoje
porque essa é a melhor forma de viver
e hoje é o dia que temos para viver.
E lançámo-nos, pelo livro, à descoberta das condicionantes físicas e biológicas.
Por vezes é-me difícil perceber a dificuldade que os (alguns) alunos têm em entender o que significam os termos “físico” e “biológico”. Tendo a pressupor que fazem parte do vocabulário adquirido. Mas não é verdade.
E mais difícil ainda se torna ajudar a descobrir que o homem é condicionado a esses dois níveis, ou seja, que se o homem é livre é-o dentro dos limites e condicionantes físicos e biológicos.
Mais difícl foi perceber a diferença entre “ter um corpo” e “ser um corpo”. Foi ocasião para fazermos a distinção entre afirmar e negar – toda a afirmação é uma negação – e para fazer voltar à sala Platão e a sua distinção entre corpo e alma e a identificação do homem com a alma. Quanto às consequências da afirmação “eu sou um corpo”, pia mais fino. Mas não é mau dar a pensar que muitos aluno spensam que podem andar até às tantas e não dormir que isso não os afectará: acreditam que o “eu” se mantém em forma apesar de o corpo estar num desastre.
Depois, porque é necessário fazer ligações entre conteúdos e fazer passar da assimilação à expressão, foi tempo de trabalhar para um comentário à historieta sobre um indivíduo que me pisou no metropolitano. «Só se aprende a escrever escrevendo, ou antes, procurando escrever melhor do que até aqui. Vamos a isso.»
A segunda aula da semana começou por uma pergunta a uma aluna:
- Porque é que vens assim vestida?
A resposta é sempre da ordem do «porque gostei desta roupa».
Através de um diálogo dirigido através de perguntas estratégicas, foi possível ajudar os alunos a perceber que, quando eu escolho, estou a respeitar forças que são sociais mas que já actuam em mim, porque as interiorizei.
Depois de quase tudo ter sido dito em conversa corrida, foi hora de sistematizar e codificar os conteúdos em conceitos e suas definições: padrão de cultura e cultura, socialização, desvio e sanções posituiva e negativa, papel...
Ficou assim claro que o homem está sujeito a condicionantes sociais ou culturais.
Toda e qualquer acção humana ocorre sempre num espaço atravessado por forças físicas, biológicas (ecossistema) e culturais. E um acto de liberdade só pode ocorrer dentro desse espaço e sujeito a essas condicionantes.
- Mas as condiconantes não impedem a liberdade? não nos tornam escravos das normas?
Aas condicionantes tanto possibilitam como limitam. É porque tenho um corpo físico que posso abrir a porta, se quiser; é é porque há normas sociais que eu posso ir à cidade beber um café depois de almoço, se quiser.
Mas por isso mesmo, porque interiorizámos os padrões culturais, é que cada um de nós 1) só pode olhar o mundo a partir de um ponto de vista e 2) acha o seu ponto de vista normal, necessário, “assim é que é e que deve ser”.
Por exemplo, olhamos e pensamos uma sala de aula como estamos habituados a vê-la, a senti-la e a agir nela. Mas porque é que uma sala de aula tem de ser assim?
- Quero fazer-vos um convite. Vamos ver a sala de aula de outro ponto de vista. Ponham-se em pé em cima das mesas.
Houve natural hesitação. Mas foi com entusiasmo e satisfação que a sala fiocu com outra paisagem humana. Embora numa das turmas dois alunos se tenham recusado afazê-lo.
- Quero dizer-vos duas coisas. 1) Que, ao contrário das condicionantes físicas e biológicas, é relativamente fácil, embora nem sempre muito fácil a uma pessoa concreta, violar uma norma social. 2) Que, mais importante que o sabor ou a dificuldade de violar uma norma, é saber se o resultado fica melhor ou pior do que estava antes. Na verdade, ainda estaríamos na pré-história se todas as normas se mantivesses e teríamos de manter todas as normas injustas, por exemplo a violência doméstica que pelo menos nalguns sítios era normal.
Não vai ser fácil esquecerem a experiência. Tenho é algum receio de que a carga emotiva tenha prejudicado a análise de conteúdo. Teremos que voltar à análise, para aproveitarmos a força com que terá ficado.
- Não se esqueçam de limpar as mesas. Por razões de hogiene e por respeito pelos que vierem a seguir.
Era uma forma de mostrar que as normas fazem sentido.
Esta foi a semana das condicionantes da acção humana.
Começámos por um convite a
viver uma vida feliz, saudável e bela
hoje
porque essa é a melhor forma de viver
e hoje é o dia que temos para viver.
E lançámo-nos, pelo livro, à descoberta das condicionantes físicas e biológicas.
Por vezes é-me difícil perceber a dificuldade que os (alguns) alunos têm em entender o que significam os termos “físico” e “biológico”. Tendo a pressupor que fazem parte do vocabulário adquirido. Mas não é verdade.
E mais difícil ainda se torna ajudar a descobrir que o homem é condicionado a esses dois níveis, ou seja, que se o homem é livre é-o dentro dos limites e condicionantes físicos e biológicos.
Mais difícl foi perceber a diferença entre “ter um corpo” e “ser um corpo”. Foi ocasião para fazermos a distinção entre afirmar e negar – toda a afirmação é uma negação – e para fazer voltar à sala Platão e a sua distinção entre corpo e alma e a identificação do homem com a alma. Quanto às consequências da afirmação “eu sou um corpo”, pia mais fino. Mas não é mau dar a pensar que muitos aluno spensam que podem andar até às tantas e não dormir que isso não os afectará: acreditam que o “eu” se mantém em forma apesar de o corpo estar num desastre.
Depois, porque é necessário fazer ligações entre conteúdos e fazer passar da assimilação à expressão, foi tempo de trabalhar para um comentário à historieta sobre um indivíduo que me pisou no metropolitano. «Só se aprende a escrever escrevendo, ou antes, procurando escrever melhor do que até aqui. Vamos a isso.»
A segunda aula da semana começou por uma pergunta a uma aluna:
- Porque é que vens assim vestida?
A resposta é sempre da ordem do «porque gostei desta roupa».
Através de um diálogo dirigido através de perguntas estratégicas, foi possível ajudar os alunos a perceber que, quando eu escolho, estou a respeitar forças que são sociais mas que já actuam em mim, porque as interiorizei.
Depois de quase tudo ter sido dito em conversa corrida, foi hora de sistematizar e codificar os conteúdos em conceitos e suas definições: padrão de cultura e cultura, socialização, desvio e sanções posituiva e negativa, papel...
Ficou assim claro que o homem está sujeito a condicionantes sociais ou culturais.
Toda e qualquer acção humana ocorre sempre num espaço atravessado por forças físicas, biológicas (ecossistema) e culturais. E um acto de liberdade só pode ocorrer dentro desse espaço e sujeito a essas condicionantes.
- Mas as condiconantes não impedem a liberdade? não nos tornam escravos das normas?
Aas condicionantes tanto possibilitam como limitam. É porque tenho um corpo físico que posso abrir a porta, se quiser; é é porque há normas sociais que eu posso ir à cidade beber um café depois de almoço, se quiser.
Mas por isso mesmo, porque interiorizámos os padrões culturais, é que cada um de nós 1) só pode olhar o mundo a partir de um ponto de vista e 2) acha o seu ponto de vista normal, necessário, “assim é que é e que deve ser”.
Por exemplo, olhamos e pensamos uma sala de aula como estamos habituados a vê-la, a senti-la e a agir nela. Mas porque é que uma sala de aula tem de ser assim?
- Quero fazer-vos um convite. Vamos ver a sala de aula de outro ponto de vista. Ponham-se em pé em cima das mesas.
Houve natural hesitação. Mas foi com entusiasmo e satisfação que a sala fiocu com outra paisagem humana. Embora numa das turmas dois alunos se tenham recusado afazê-lo.
- Quero dizer-vos duas coisas. 1) Que, ao contrário das condicionantes físicas e biológicas, é relativamente fácil, embora nem sempre muito fácil a uma pessoa concreta, violar uma norma social. 2) Que, mais importante que o sabor ou a dificuldade de violar uma norma, é saber se o resultado fica melhor ou pior do que estava antes. Na verdade, ainda estaríamos na pré-história se todas as normas se mantivesses e teríamos de manter todas as normas injustas, por exemplo a violência doméstica que pelo menos nalguns sítios era normal.
Não vai ser fácil esquecerem a experiência. Tenho é algum receio de que a carga emotiva tenha prejudicado a análise de conteúdo. Teremos que voltar à análise, para aproveitarmos a força com que terá ficado.
- Não se esqueçam de limpar as mesas. Por razões de hogiene e por respeito pelos que vierem a seguir.
Era uma forma de mostrar que as normas fazem sentido.
Comments:
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"Era uma forma de mostrar que as normas fazem sentido." By: Prof. Jana
Na minha opinião, nem todas as normas fazem sentido! Por que muitas vezes as ditas "normas" fazem com que levemos uma vida infeliz o que nos leva muitas vezes um Ser Humano ao desespero.
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Na minha opinião, nem todas as normas fazem sentido! Por que muitas vezes as ditas "normas" fazem com que levemos uma vida infeliz o que nos leva muitas vezes um Ser Humano ao desespero.
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