domingo, dezembro 9

 
Liberdade 1
Depois de termos estudado a acção humana de um ponto de vista geral, era o dia de levantarmos a questão da liberdade.
Curiosamente, à pergunta “o que é a liberdade?”, houve várias respostas, mas não apareceu a tradicional “é eu fazer o que me apetece”. Eu próprio a coloquei como hipótese, mas foi rejeitada. Que não. As respostas não me satisfizeram, mas verifiquei – com agrado – que algo mudou desde o tempo em que esta era “a” resposta e era difícil passar para lá dela.
Centrei a noção de liberdade não em fazer isto ou aquilo mas em poder escolher, em poder decidir. E a minha gata voltou a entrar em cena.
Se a minha gata tiver fome e tiver comida, come. E eu? Se tiver fome e tiver comida, posso comer ou não. E é nesta possibilidade de decidir, de optar entre pelo menos duas possibilidades, que está esta característica essencial e distintiva do homem.
Foi assim que definimos a liberdade, como possibilidade de decidir.
Podem alguns pensar o que quiserem, mas basta olhar para o mundo e ver que a minha gata é sensivelmente o mesmo que a sua antepassada pré-histórica, ao passo que eu já sou muito diferente do meu avô, quanto mais do meu antepassado pré-histórico. E esta diferença nasce desta possibilidade de optar, de não estar sujeito às circunstâncias, tanto externas como internas. Nunca somos apenas as circunstâncias, mas aquilo que fazemos das circunstâncias.
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