domingo, novembro 25

 
Os olhos
“Cada um de nós vê com os olhos que tem e os olhos que tem foram formados pela cultura em que foi educado.”
Normalmente quando alguém que não pertence a um determinado grupo e é introduzido nesse mesmo grupo tem bastantes dificuldades em integrar-se, visto que não tem os mesmos costumes, a mesma forma de vestir, as mesmas características ou a mesma forma de pensar. Isto deve-se ao facto das pessoas olharem os outros sempre com os mesmos olhos, o que faz com que tenham de os ver sempre da mesma forma. É como a moda de usar óculos escuros, as pessoas usam os óculos escuros até dentro de casa, onde não há sol, da mesma maneira que as pessoas usam sempre os mesmos “olhos” sem se dar ao trabalho de corrigi-los, no que diz respeito a avaliar o próximo. A isto chama-se preconceito.
Esta tese explica também o porquê da existência “desses olhos” que, segundo podemos comprovar, na maioria das vezes não conseguem fazer uma correcta avaliação daquilo que está mais à vista, isto porque foram educados de modo a só reconhecerem como correcto determinadas afirmações, formas de estar, características, maneiras de pensar, maneiras de vestir…
A forma como avaliamos os outros está relacionada com a nossa educação, e apesar dessa educação poder ter sido a melhor, não devemos deixar que esses preconceitos “nos ceguem”, devemos tentar pensar por nós próprios abstraindo-nos assim das nossas reacções imediatas face a algo novo, devemos avaliar cuidadosamente o que nos é apresentado sem recorrermos a ideias pré-estabelecidas. Não podemos deixar que as nossas ideias pré-estabelecidas comandem a nossa vida, porque caso isso aconteça o mundo continuará dividido em “fatias”.
Infelizmente, a sociedade actual apresenta uma estruturação específica, fatias: os indivíduos que a compõem agrupam-se em determinados grupos segundo certos critérios, como a religião, a cultura, as classes sociais… Esta estruturação conduz a inúmeras situações de desrespeito e desprezo entre os vários grupos, que são na maioria das vezes derivadas do desconhecimento ou incompreensão entre esses grupos.
Normalmente indivíduos que foram educados em culturas diferentes têm formas de pensar também elas diferentes, isto porque as ideias recebidas por influência do meio envolvente são também elas diferentes. Por exemplo os cristãos e os indianos dificilmente terão as mesmas ideias em relação a um mesmo assunto.
O desconhecimento e incompreensão que advêm das diferentes culturas, em que duas pessoas foram educadas, podem também conduzir a conflitos entre elas, é talvez esta uma das origens da guerra.
Nestes casos, uma forma de reduzir as divergências de opinião ou mesmo conflitos devidos a preconceitos ou cunhos de formação, consiste em recorrer à comunicação e discussão de pontos de vista entre as partes, recolhendo assim a informação. Seguidamente, a informação recolhida deve ser processada para que sejam criadas ideias próprias e racionais, a isto chamamos filosofar.
Embora os monges tibetanos sejam tidos como filósofos, este, da nossa história, não se comportou como tal.
Raquel Lalanda, 10ºC
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